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Inflamação, o terceiro elemento da equação do Alzheimer associado à Síndrome de Down

  • Gisele Fontes
  • 29 de mar. de 2019
  • 3 min de leitura

Como visto de passagem na publicação do Comuna Diversa de 07/02/2019, a proteína beta amiloide, além de formar placas, promove inflamação no tecido cerebral. Nesta publicação, começaremos a ver com mais detalhes do que se trata essa inflamação. Em um vídeo produzido pela Nature Neuroscience com apoio da Roche, além da dinâmica de formação das placas e dos emaranhados, veremos na animação como as microglias, células do sistema imune localizadas no cérebro, reagem às proteínas beta amiloides liberando citocinas e com isso produzindo resposta imune inflamatória contra essa proteína, o que mantém a área circundante inflamada. Essa resposta imune pode ser boa, porque se destina a destruir por fagocitose a proteína beta amilóide identidicada como patógeno, porém, duas situações tornam essa resposta inflamatória um problema: a primeira é que ela acaba por destruir as sinapses e os neurônios e não apenas a beta amiloide; a segunda é que a produção de beta amiloide é constante, o que mantém o tecido permanentemente inflamado (condição inflamatória crônica por estímulo continuo).

Nas próximas publicações sobre Alzheimer associado à síndrome de Down veremos outras informações sobre a inflamação.

Eis o vídeo:

Eis a tradução do vídeo. Mas tá péssima a minha tradução:

Há mais de um século, um médico alemão chamado Alice Alzheimer detectou anomalias nas seções cerebrais de um paciente com demência. Desde então as pessoas estudam as placas estranhas e os emaranhados que ele viu na esperança de que pudéssemos um dia entender e curar o que agora é conhecido como doença de Alzheimer. As placas são depósitos insolúveis de um peptídeo chamado beta-amilóide ou beta A. Eles são formados quando uma proteína chamada proteína precursora de amilóide é sequencialmente clivada por duas enzimas beta e gama secretase. Outras moléculas são geradas por essa clivagem e podem desempenhar um papel na doença, mas beta A é o principal culpado. Beta A tende a perder a dobra e tornar-se pegajosa, eventualmente aglutinando-se para formar oligômeros solúveis. Alguns destes agregados fibrilares solúveis se depositam no cérebro como placas.

Os oligômeros possuem ​​várias formas de espécies, não sabemos exatamente quais espécies são tóxicas, mas pesquisas mostram que elas se ligam na comunicação e plasticidade das sinapses e que isso poderia ser o que impede o cérebro de formar ou recuperar memórias.

Os neurônios não são as únicas células afetadas na doença de Alzheimer. Os astrocitos da microglia também desempenham um papel. A microglia absorve beta A, sendo por ela ativada e desencadeando a liberação de citocinas inflamatórias que podem prejudicar os neurônios. A microglia então começa a remover sinapses por fagocitose à medida que as sinapses apresentam um mau funcionamento e os neurônios morrem. Surgem padrões de atividade anormais e eventualmente o cérebro pode deixar de processar e armazenar informações corretamente.

Outra característica fundamental da doença de Alzheimer é a neurodegeneração. A morte é o dano neuronal são desencadeados por beta A, mas alguns efeitos de beta A são mediados por outra proteína observada no cérebro de pacientes, a Tau, que é um componente de emaranhados.

Em um neurônio saudável, as moléculas são transportadas ao longo do axônio em uma série de trilhos feitos de microtúbulos e estabilizados pela tau, mas na doença de Alzheimer a tau é modificada, se separando dos microtúbulos, adotando uma forma anormal, movendo os axônios para a célula. Assim como beta A, tau tem uma variedade de formas e não sabemos quais delas contribuem para a doença e, como a beta A, estas formas permanecem solúveis ou se juntam e se depositam como os emaranhados que o Dr. Alzheimer viu. Eventualmente, esses processos matam o neurônio. Outro problema observado em modelos animais é que as proteínas tau de forma alterada podem se espalhar por sinapses nos neurônios saudáveis, causando falhas nas proteínas tau saudáveis, propagando a patologia através do cérebro. O padrão de propagação nas diferentes regiões cerebrais coincide com os sintomas de mudança dos estágios precoce ao mais tardio da doença de Alzheimer. Esse padrão também reflete a certeza de que certos neurônios são mais vulneráveis ​​à morte neuronal que outros. Apesar desses avanços em nossa compreensão da doença de Alzheimer, não existe cura. Enquanto as drogas estão sendo desenvolvidas tendo como alvo a beta-amiloide ou tau, não há certeza de que as mesmas eventualmente serão bem sucedidos no tratamento da doença. Há apenas uma certeza, um suporte contínuo para a pesquisa básica e clínica nos permitirá um dia diagnosticar e tratar esta condição devastadora.

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